[Resenha] Quando ela acordou

em 18 de dez. de 2017

Título: Quando ela acordou
Autor: Hillary Jordan
Editora: Bertrand Brasil
Ano: 2013
Páginas: 434
Compre: Aqui
Classificação: 
Sinopse: Hannah Payne dedicava a vida à igreja e à família. Mas, ao ser condenada por assassinato, ela desperta num corpo novo, para uma nova vida que parece um pesadelo. Descobre-se deitada sobre a mesa de um quarto vazio e se vê vestida apenas por um traje de papel. Agora, câmeras transmitem cada movimento de Hannah a milhões de pessoas em suas casas. Elas observam os novos criminosos Cromos, cuja cor da pele foi geneticamente alterada para combinar com o delito que cometeram. Hannah é uma Vermelha, uma assassina. A vítima, diz o Estado do Texas, foi seu filho que não chegou a nascer, e Hannah está decidida a proteger a identidade do pai do bebê, uma figura pública com a qual viveu uma paixão intensa e proibida.
   
    Essa é uma leitura que não estava nos meus planos, mas como queria sair um pouco da minha zona de conforto resolvi arriscar e não me arrependi.
   O livro trata-se de uma distopia onde podemos ver um futuro em que a tecnologia evoluiu de uma forma em que podemos facilmente localizar as pessoas com ajuda de um chip, mas ao mesmo retrocedeu nas questões sociais. Hannah sempre foi dedicada a igreja e a família e vê tudo mudar quando é condenada por assassinato ao ser flagrada realizando um aborto e se negando a revelar a identidade do pai da bebê. Ela agora faz parte dos criminosos cromados e é uma vermelha, sozinha se encontra em um novo corpo tingido do qual irá ter que conviver por 16 anos até sua pena ser cumprida.


    Eu adorei a escrita da autora, ela soube como criar uma trama polêmica com assuntos bem pesados em um mundo distópico incrível! O livro tem como inspiração " A letra escarlate", e Hillary foi brilhante em saber juntar tudo isso em um mundo que acaba não sendo tão distante do que estamos. A forma de como a  cromagem acaba dividindo os criminosos em cores de acordo com o delito cometido foi uma sacada super legal, onde amarelo são para roubos e crimes mais "levianos" e vermelho para assassinatos fazendo relação com a cor do sangue derramado.

"Essas perguntas irritavam seus pais. especialmente sua mãe, que a fazia ficar sentada em silêncio durante horas e refletir sobre sua presunção.
Boas meninas, Hannah acabou entendendo, não perguntavam por quê. Sequer cogitavam sobre isso, mesmo em seus pensamentos mais particulares"

    Hannah é uma jovem que sempre se dedicou a família e a igreja, com um carinho em especial pela sua irmã já que seus pais vivem de acordo com os mandamentos impostos pela igreja e são extremamente rígidos. Ela acaba vivendo uma paixão polêmica e proibida, que acaba resultando em uma gravidez. Desolada, ela resolve abortar porém é flagrada e se nega a revelar quem é o pai da criança e os médicos envolvidos no procedimento sendo assim condenada a 30 dias em uma cela onde é vigiada por câmeras que transmitem ao vivo para mundo todos os seus movimentos e como será sua nova pele vermelha.
    O livro é  polêmico, com assuntos que provocariam os mais quentes debates entre rodas de amigos. A personagem foi muito bem desenvolvida, e em momentos conseguimos realmente sentir o que ela está passando assim como as vezes ficamos com raiva da mocinha. A trama é focada em Hannah, mas temos participação de vários outros personagens ao longo do livro, que as vezes confesso que acabou ficando meio que enrolando demais mas nada que atrapalhasse a leitura.
    O que podemos imaginar de conteúdo forte tem no livro. A autora abordou assuntos como: aborto, machismo, religião, preconceito, fé, tráfico de mulheres e violência, confesso que em algumas partes eu me pegava  pensando e refletindo sobre esses assuntos. Mais o  tema que tem mais foco na trama é o fanatismo religioso, e a autora soube abordar de uma ótima forma assunto. 
    Em relação a edição, a Bertrand simplesmente arrasou! A capa é em alto relevo, e feita de um material meio emborrachado e ficou completamente de acordo com a trama. A diagramação está de parabéns também, é com letras grandes e de fácil leitura. Os capítulos são alternados entre como Hannah está sobrevivendo ao presente, e em suas lembranças do passado e de como a levaram até onde está hoje.

"As costas da mão dele bateram com força do lado do seu rosto, derrubando-a no chão. Alguém gritou. O que Hannah ouvia com mais nitidez foram as batidas altas, teimosas do seu coração. Isso lhe lembrava que estava viva, que era ela própria."

    Como eu disse no começo não é uma leitura que eu sou acostumada a fazer pois não faz meu estilo, porém eu digo que realmente valeu sair da zona de conforto pois não é um livro que autora impõe somente um lado da história, ela te dá várias visões que nos leva a ver o assunto abertamente.É uma leitura que eu recomendo fortemente, e que me surpreendeu positivamente!


2 comentários:

  1. Oii Nicole, tudo bem? Menina que sinopse diferente, amei a premissa do livro, apesar de não ler tantas distopias eu já coloquei essa na minha lista ainda mais por abordar como vc disse na sua resenha temas polêmicos, gosto de livros assim. Amei a resenha <3
    - Beijos, Carol!
    http://entrehistoriasblog.blogspot.com.br/

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  2. Eu gosto deste tipo de leitura, distopia é um dos meus gêneros favoritos. Este ano de 2018 estou determinada a sair um pouco da minha zona de conforto também, mas pretendo principalmente ler os livros que já adquiri.
    Abraços,
    Gisela
    Ler para Divertir

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