[Resenha] Tudo o que eu nunca contei

em 2 de jul. de 2018

Título: Tudo o que nunca contei 
Autora: Celeste Ng 
Editora: Intrínseca
Ano: 2018
Páginas: 304
Compre: Amazon, Submarino, Americanas
Classificação: 
Sinopse: Na manhã de um dia de primavera de 1977, Lydia Lee não aparece para tomar café. Mais tarde, seu corpo é encontrado em um lago de uma cidade em que ela e sua família sinoamericana nunca se adaptaram muito bem.
Quem ou o que fez com que Lydia — uma estudante promissora de 16 anos, adorada pelos pais e que com frequência podia ser ouvida conversando alegremente ao telefone — fugisse de casa e se aventurasse em um bote tarde da noite, mesmo tendo pavor de água e sem saber nadar? À medida que a polícia tenta desvendar o caso do desaparecimento, os familiares de Lydia descobrem que mal a conheciam. E a resposta surpreendente também está muito abaixo da superfície. Conforme analisa e expõe os segredos da família Lee — os sonhos que deram lugar às decepções, as inseguranças omitidas, as traições e os arrependimentos —, Celeste Ng desenvolve um romance sobre as diversas formas com que pais, filhos e irmãos podem falhar em compreender uns aos outros e talvez até a si mesmos. Uma uma observação precisa e dolorosa do fardo que as expectativas da família representam e da necessidade de pertencimento. Um romance que explora isolamento, sucesso, questões de raça, gênero, família e identidade e permanece com o leitor bem depois de virada a última página.
           A resenha de hoje é sobre o livro Tudo o que nunca contei, que marca a estréia da autora  Celeste Ng. A trama gira em torno da família Lee  na década de 70, época grande segregação racial, Marylin uma americana estudante de medicina se apaixona por seu professor James que é oriental. Ela decide continuar seguindo seus sonho para se tornar médica e enfrentar as discriminações sofridas devido ao fato de James ser oriental e mesmo assim se casa com ele. Mas ela vê seu sonho ir por água abaixo quando uma gravidez inesperada atrapalha seus planos. Anos depois com três filhos, Marylin se encontra em profundas dúvidas sobre sua família, quando a sua filha adolescente Lydia desaparece e seu corpo é encontrado mais tarde no lago da cidade aonde moram.
       Quando Lydia não desce para o café da manhã, e sua família encontra sua cama arrumada todos começam a imaginar onde a menina pode ter passado a noite e acionam a polícia, que logo depois encontram seu corpo no fundo do lago da cidade. Mas ela morria de medo de nadar, então o que estava fazendo lá? O que teria acontecido com a garota? Seria assassinato? Seria suicídio? Mas porque uma garota com ótimos pais, vários amigos, que podia se tornar médica e tinha tudo que queria tiraria sua própria vida? Essas são as dúvidas que assombram a família Lee após a morte da filha do meio.
           Bem, se você espera um livro sobre romance policial está fazendo a leitura errada. O livro trata sobre a família perfeita que no fundo não era perfeita e sim cheia de erros e pouca comunicação entre si. Após a morte de Lydia, aprofundamos na vida da família Lee desde a época em que os pais se conheceram até o presente momento. Lydia era a filha do meio que puxou mais para sua mãe com bastante toques americanos, diferente dos outros filhos orientais do casal, então Marylin vê em sua filha a oportunidade de conseguir que tenha uma filha médica e deposita todos os seus sonhos na menina. Após sua morte, ela vê pela segunda vez seus sonhos sendo interrompidos inesperadamente.
         Os personagens são bem profundos, e conseguimos conhecer um pouco de todos. Toda a família Lee é de extrema importância no livro mas mesmo assim o centro de tudo continua sendo Lydia, mesmo estando morta. Para a estréia da autora, acho que ela soube desenvolver bastante os personagens, passando um pouco da característica de cada um, porém a leitura acabou ficando um pouco arrastada para mim quando ela começa a repetir alguma coisas e acaba exagerando demais nos detalhes, mas nada que estrague a trama central do que era proposto. A narrativa não segue uma linha do tempo, em cada capítulo as vezes estamos no presente e em outro já somos levados ao passado.
        O livro aborda a xenofobia que acontecia em massa naquela época, e a família acaba sendo massacrada por esse preconceito levando a um grande desajuste entre James e Marylin que acaba refletindo em seus filhos. A trama nos mostra o retrato de uma família sem afeto e comunicação, com pessoas insatisfeitas consigo mesmo e com a vida.
        Para os pais Lydia era a filha estrela, e recebia toda a atenção e mimos. Enquanto isso o primogênito Nath, um garoto esforçado e estudioso não recebe o mínimo reconhecimento e importância dos pais. E Hannah, a filha mais nova nunca recebia atenção e passou a se contentar com quase nada, passava a maior parte do tempo no seu quarto no sotão com os brinquedos que já não serviam mais para Lydia.
         O livro teve uma reimpressão com uma nova capa agora em 2018, mas foi lançado em 2017 com outra capa (imagem acima) e eu simplesmente amei essa nova já que tem muito mais a ver com a trama do que a antiga. Como li o livro em e-book, então não tenho muito a falar sobre a diagramação. Mas já saiu um novo livro da autora, que é o Pequenos Incêndios por toda parte ( compre aqui) e eu já quero.
        Indico o livro para aqueles que procuram um livro reflexivo, voltado para um universo mais familiar. 

12 comentários:

  1. Oi Nicole, tudo bem com você?
    Já tive a oportunidade de ler esse livro e gostei bastante. Gosto da forma como foi escrito, da sutileza em abordar temas importantes e da construção dos personagens.
    Bjkas

    http://www.acordeicomvontadedeler.com/

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    1. Oi Carol,
      Eu também gostei bastante, achei uma ótima estréia da autora.

      beijinhos

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  2. Oi Nicole, tudo bem?
    UAL! Não conhecia o livro, achei a premissa muito interessante e fiquei bem curiosa pela leitura. Gostei muito da sua resenha, espero ter oportunidade de conhecer essa escrita! Gosto de livros que nos fazem pensar com uma boa trama!

    Obrigada pelo carinho. Volte sempre!
    Um super beijo :*
    Claris - Plasticodelic

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    1. Oi Claris,
      A leitura vale a pena mesmo, tomara que consiga fazer a leitura.

      beijinhos

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  3. Confesso que achei a segunda edição mais bonita também. Mas ainda não li e espero gostar tanto quanto você.

    Tenha uma ótima noite!

    Abraços,
    Naty
    http://www.revelandosentimentos.com.br

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    1. Ficou bem melhor essa reimpressão né
      Creio que irá gostar sim.

      beijinhos

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  4. Nicole!
    Quando um livro aborda os dramas familiares e seus afluentes, já é interessante, porque de alguma forma acabamos nos identificando com o enredo, mesmo que aqui no caso, não consigamos nos identificar com as personagens.
    Gosto de livros descritivos, mas se é como falou que descreve os acontecimentos, porém não nos acontecimentos, fiquei um tanto receosa.
    Bom final de semana!
    “Se você realmente quer algo na vida, tem que lutar por isso.” (Homer Simpson)
    cheirinhos
    Rudy
    TOP COMENTARISTA JULHO - 5 GANHADORES - BLOG ALEGRIA DE VIVER E AMAR O QUE É BOM!

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    1. Dramas familiares sempre acabam nos ganhando, mesmo que os personagens não consigam.
      É algo para ficar receosa mesmo, mas vale a leitura sim Rudy.

      beijinhos

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  5. Oi Nicole, tudo joia? Fiquei bastante atraída com a premissa dessa história mesmo que não seja um romance policial e que a autora tenha falhado em algum momento nessa narrativa. Eu gosto dessa temática reflexiva, sobre questões familiares. Gostei muito da resenha!

    Beijo da Yana,
    Marshmallow Com Café


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    1. Eu também adoro toda essa questão familiar, ajuda a refletir bastante!
      Leia que não irá se arrepender.

      beijinhos

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  6. Tenho vontade de ler este livro deste o lançamento, mais até que o novo livro da Celeste, apesar de ter certeza que os dois são igualmente bons.
    Patricia Queiroz

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